Porque precisamos ir a igreja?
Se existe algo que me preocupa profundamente com os cristãos do Séc. XXI é o menosprezo para com a igreja. Acredito que uma das péssimas heranças que recebemos desse movimento da espiritualidade individualista e experiencialista é o fato de que muitos cristãos acham que participar da vida da igreja é tão somente um ‘adendo’ à sua vida de comunhão com Deus – mais ou menos como um complemento pouco necessário para o crescimento da fé. Os argumentos são bastante conhecidos: “Eu não preciso ir na igreja para me encontrar com Deus…”; “Na igreja, existem pessoas tão ruins quanto aquelas do meu trabalho…”; “Eu posso adorar a Deus em casa: ouvindo louvores, fazendo minhas orações, lendo a Palavra…”
É evidente que existem verdades nestes argumentos. Todos sabemos que o Senhor não está restrito à igreja e podemos encontrá-Lo sempre que O buscamos de todo coração; na igreja, existem pessoas que ainda não foram tratadas em seus pecados (e, provavelmente, até aqueles que não creem verdadeiramente em Jesus) e, por isso, são tão más e imorais quanto as pessoas do mundo; quando estamos em casa, em nosso culto particular ou familiar, estamos adorando a Deus verdadeiramente através de canções, orações e da leitura da Bíblia. No entanto, você consegue perceber como os argumentos acima são fundamentados em ‘meias verdades’?
Menosprezamos a igreja.
E nós podemos dizer isso porque mesmo que estes argumentos possuam aspectos da verdade bíblica, eles também menosprezam outros aspectos igualmente verdadeiros. Afinal, nós sabemos muito bem que, ao nos salvar, o Senhor nos inseriu em um povo, em uma família. E, obviamente, quando nós propositalmente menosprezamos a igreja estamos dizendo que Deus errou; estamos dizendo que aquilo que nós pensamos da vida de comunhão é melhor do que aquilo que Deus pensa. Perceba: o Senhor nos salva e nos faz participantes de um povo; nós olhamos para este povo no qual o Senhor nos inseriu e dizemos: “não preciso disso!” Ou “Isso não é tão importante quanto o meu relacionamento com Deus…”
Esse é motivo pelo qual não viver a vida como igreja é um pecado que tem cada vez mais arrastado multidões para longe do Senhor. Desde pequeno, ouvi minha mãe e meu avô dizendo: “a brasa, longe do braseiro, esfria!” E todos nós conhecemos aqueles que chegaram à apostasia mesmo que aparentemente tenham vivido coisas intensas com Deus em suas igrejas. No entanto, começaram a relativizar a importância da comunhão com o povo de Deus, começaram a agendar outros compromissos nos domingo, começaram a ouvir ‘outras vozes’ e, com isso, se desviaram.
Vamos viver a igreja.
É claro que nós precisamos nos lembrar daqueles que sofreram abusos espirituais, sentiram-se humilhados e deixados de lado. Agora, magoados, deixaram de viver como igreja. No entanto, continuo crendo que o lugar certo para tratar cada uma dessas mágoas é no contexto do povo de Deus.
Nas próximas semanas, vamos meditar um pouco mais sobre esse tema e, assim, espero que o Senhor encoraje o seu coração para querer viver ainda mais intensamente a sua vida com o povo dEle!
Que Deus te abençoe!
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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