Salvador das Crianças.
Corremos o risco de um grande erro, principalmente na época do Natal (devido a imagem do presépio), de olharmos pra Jesus e enxergamos um Salvador infantil, dependente, fragilizado, impotente, mas ainda assim muito meigo e gracioso (o que validaria tal pensamento equívoco). Mas a verdade é que temos um Salvador forte, poderoso, suficiente, completo, sábio, que é rei e não subordinado. E, mesmo diante de todas essas verdades, ele é um Salvador dos frágeis, dos dependentes, das crianças.
Jesus mesmo disse que deixasse que as crianças se achegassem a ele pois elas também possuem lugar no reino (cf. Mateus 19.14). Mas a graça de Deus se manifesta sobre as crianças não somente na idade da razão, mas é derramada com todas as suas bençãos aos bebês, aos embriões, aos fetos, aos que estão para nascer.
Deus nos teceu no ventre de nossas mães.
Temos um lindo episódio na Escritura (cf. Lucas 1.39-45), do encontro de Maria, mãe de Jesus, com Isabel, sua prima, que estava também grávida. João Batista, um feto, recebe o privilégio dos reconhecimento de seu Salvador que ainda estava no ventre de Maria e salta de alegria no interiorde sua mãe. Jesus se revela a um pequenino, na sua expressão mais frágil e dependente, quando ele nem sequer conhecia o mundo.
O Salmo 139 nos fala que Deus nos teceu no ventre de nossa mãe, que Ele nos conhecia quando éramos substância informe, um embrião, ou uma pequena massa de células logo após a concepção. Ele tem todos os nossos dias contados, antes mesmo de serem vividos.
Deus é Deus dos pequeninos.
Nosso Salvador, Jesus Cristo, não é o Deus somente dos adultos, espertos, aptos, habilidosos, eruditos, desenvolvidos, supostamente maduros. Ele é Salvador das crianças, Deus dos bebês, dos embriões, Deus da vida.
O cristão deve olhar para cada ser vivo, desde a sua concepção, e reconhecer ali a mão de Deus e sua Graça operante. Deve reconhecer que não temos poder algum sobre a vida e a morte, mas somente Deus é quem tem. Deve se aperceber de que as crianças não são a igreja do futuro, mas podem ser os filhos de Deus hoje, por isso devemos incessantemente ensinar-lhes o evangelho da salvação. Que é papel e dever básico da igreja, zelar pelos infantes, por sua segurança, desenvolvimento, ensino, correção, acolhimento, estímulo, orientação e disciplina. A espiritualidade das crianças nos importa, porque o próprio Cristo se revelou no ventre, para outra criança em gestação. Que autoridade temos, então,
para despreza-los?
Que Deus nos ajude na bela e desafiadora missão de cuidar dos pequeninos.
Rev. Lucas Maracci
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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