Verdadeiro arrependimento.
Se você é verdadeiramente cristão, em algum momento você já deve ter sentido uma tristeza profunda por causa de algum pecado, certo? Ou, quem sabe, uma imensa vergonha porque percebeu que pecou, não é verdade? E, por causa dessa tristeza ou vergonha, então, você falou com Deus e pediu perdão pelo pecado cometido. Esse processo é algo bastante normal quando falamos do arrependimento pelos pecados. No entanto, nós também precisamos levar em conta o que moveu a tristeza ou a vergonha para avaliarmos o nosso coração e sabermos se, de fato, estamos arrependidos. Isso tudo porque é possível sentir tristeza, vergonha ou até mesmo ira e, ainda assim, não estarmos verdadeiramente arrependidos pelo pecado que cometemos.
Para entendermos o verdadeiro arrependimento, precisamos nos lembrar que Deus é o motivo inicial e objetivo final do nosso arrependimento e, claramente, uma obra contínua da fé em nós. Isso quer dizer que, não apenas é o próprio Deus quem move o arrependimento pela obra do Espírito em nós, como também que a glória de Deus é o alvo do nosso arrependimento. Todas as outras coisas que envolvem o arrependimento são secundárias – os nossos sentimentos, as consequências dos pecados e, até mesmo, a reparação da ofensa é certamente menor que o objetivo do arrependimento.
Tristeza e vergonha são desnecessárias.
Com isso, não estou dizendo que a tristeza ou a vergonha são desnecessárias; certamente, não são. O Espírito inclusive usa a tristeza e a vergonha para tratar o nosso coração. No entanto, é possível sentir tristeza e o motivo da tristeza ser a auto-comiseração (“ah, eu não sirvo pra nada mesmo…”); é possível sentir vergonha, mas essa vergonha ser movida pelas consequências que esse pecado pode trazer (“Como é que vou olhar para as outras pessoas agora?”); a ira que pode nos dominar ser movida pelo senso de justiça pessoal (“…isso vai depor contra a minha imagem…”). Nenhum desses sentimentos é legítimo quando falamos do verdadeiro arrependimento.
Ao contrário disso, quando nos entristecemos por causa do nosso pecado, nosso pensamento deveria ser: “Mais uma vez, Senhor, eu ofendi a Sua glória; mais uma vez, Senhor, eu me mostrei indigno do Evangelho…” Até mesmo a vergonha pode ser usada para tratar o nosso pecado – afinal, todos aqueles que foram apanhados em pecado e piedosamente corrigidos vão lembrar do amor, graça e misericórdia da qual foram alvos: um constrangimento do amor!
Tentamos apagar o nosso pecado.
Veja: a tristeza e a vergonha só tem valor para o arrependimento quando estes sentimentos vem de Deus e voltam para Deus. Sem isso, estas coisas só servem para alimentar nosso senso de auto-indulgência – estamos tentando “pagar” os nossos pecados ‘punindo’ a nós mesmos com tristeza e vergonha e nos enganando pensando que isso é arrependimento.
No entanto, o verdadeiro arrependimento é movido pelo Espírito de Deus: ficamos tristes porque ofendemos a glória de Deus; ficamos constrangidos porque recebemos do Seu amor mesmo sendo miseráveis, cegos, pobres e nus (Apocalipse 3:17). Que, ao nos percebermos em pecado, possamos correr para o Senhor e, nEle, encontrarmos repreensão, disciplina e restauração (Apocalipse 3:18-20).
Que Deus nos abençoe!
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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2 respostas
Thiago, boa tarde! Sou o Rafael e me arrependo de ter cometido muitos pecados. Quero muito seguir a Deus, principalmente neste momento o qual me sinto triste e sem coragem para a vida. Espero muito que Deus me ajude e converta a minha cabeça, para que tenha bons pensamentos e que leve uma vida dedicada a este propósito. Gostei muito da leitura de seu texto e gostaria de agradecê-lo por esta oportunidade. Um grande abraço.
Sertamente que: tristeza, vergonha e ira, são parte do processo de arrependimento, sim temos que buscar a redenção com Deus, mas também temos que, saber com a tristeza que pecamos contra Deus, ter vergonha do que fizemos, que inflingindo um pecado, contra Deus, e a ira, saber o motivo que nos levou a pecar, para tentarmos não cometelo novamente. E então buscar a Deus, pois buscar a o Senhor sem saber por que pecamos é em vão.