O Senhor é bom..
”Provem e vejam que o SENHOR é bom…” Salmo 34:8a
Você já reparou que o paladar é o sentido mais íntimo da nossa percepção? Se formos meditar a respeito dos nossos outros sentidos, nós vamos perceber que, enquanto os outros quatro são realizados até mesmo “sem querer”, o paladar é aquele que nós desfrutamos com maior intencionalidade. Perceba: ao mesmo tempo que você está concentrado, lendo esse texto, você está “vendo” um tanto de outras coisas, mesmo sem querer; enquanto escrevo, por exemplo, estou vendo minha caneca de café, um casaco pendurado na cadeira e a bolsa da minha esposa sobre a mesa. Eu não quero “ver” nenhuma dessas coisas – a minha intenção é ver apenas a tela do computador, mas, mesmo sem querer, eu não consigo deixar de ver essas coisas…
A mesma coisa acontece com a audição (neste momento, ouço o barulho dos carros passando na rua e da obra do terreno da esquina), com o olfato (você vai concordar comigo que, às vezes, não gostaríamos de sentir alguns cheiros, não é verdade?) e com o tato (em um ônibus lotado, por exemplo, mesmo sem intenção, acabamos esbarrando em outras pessoas). No entanto, diferente de todos esses sentidos, o nosso paladar é muito mais intencional – à exceção das crianças que são obrigadas a comer a couve-flor do almoço – nós só degustamos os alimentos que nós queremos degustar. E mais que isso: nada é mais interior do que a alimentação.
Provarmos da bondade de Deus.
Por conta dessa perspectiva de intencionalidade, é curioso que, quando o salmista nos orienta a respeito do testemunho da bondade de Deus, ele nos fala para “provarmos”. A palavra utilizada no original hebraico está completamente relacionada com a idéia de “saborear, degustar”. Perceba: ele não nos diz para “vermos”, ou “ouvirmos”, ou, sequer, “tocarmos” o SENHOR para desfrutarmos da sua bondade – ele nos orienta a “saborearmos”. Mas o que isso quer dizer? Isso quer dizer que Deus não é uma matéria a ser estudada, ou uma palestra a ser ouvida, ou texto a ser lido – Deus é um banquete que deve ser desfrutado!
Quando prestamos a atenção ao contexto do salmo, iremos perceber que Davi passava por um tempo de intenso sofrimento e perseguição e que, por um breve momento, o SENHOR proveu a libertação e salvação que o salmista necessitava. E, nesse contexto de libertação e salvação, Davi nos convida a provarmos e vermos (testificarmos) a bondade de Deus. “Provar” do SENHOR é um ato intencional de depositar nEle a esperança de livramento e a confiança de que, mesmo em meio à perseguição e sofrimento, o SENHOR pode, de fato, nos livrar.
Isso quer dizer que nós somos convidados a intencionalmente provarmos da bondade de Deus em todos os momentos – não apenas em momentos de alegria, vitórias ou bênçãos, mas também em tempos de sofrimento
Que Deus, na sua imensa bondade, nos abençoe !
Rev. Thiago Mattos de Lara
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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