A boca fala do que está cheio o coração.
”De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, isso não deveria ser assim.” (Tiago 3:10)
Uma vez que reconhecemos nosso pecado e descobrimos que a “boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34), passamos a perceber que o que precisamos é de um coração transformado para que a língua possa falar falar coisas boas. O capítulo 3 da Carta de Tiago fala sobre as questões que envolvem os pecados do falar. E perceba: é, no mínimo, curioso que o apóstolo Tiago aborde este assunto logo depois de falar de uma fé sem obras e antes de falar sobre a verdadeira sabedoria. Ou seja: Tiago está nos mostrando que uma fé não operosa e com falta de sabedoria também vai se manifestar no desejo de falar mais do que devíamos.
Mas perceba que, inicialmente, sua fala está vinculada àqueles que querem ensinar na igreja sem o devido preparo. Ou seja: Tiago também está preocupado com o engano que procede dos nossos corações. Quando nos dispomos a falar com nossos irmãos, acabamos por manifestar algum ‘ensinamento’. E se nosso coração é tomado por enganos, então, até mesmo nossas conversas no WhatsApp e no corredor da igreja acabam proferindo enganos: enganos sobre Deus, sobre a Palavra, sobre a igreja, sobre outros irmãos… Você já parou pra pensar sobre isso? Curioso imaginar que, logo após o culto, depois do sermão, quando seus irmãos na fé receberam a instrução bíblica e foram expostos à Verdade, você pode estar enganando-os durante o cafézinho no salão social.
Quando proferimos enganos, estamos pronunciando maldições.
Quando nós proferimos enganos, nós estamos pronunciando maldições: maldições sobre a igreja, sobre os irmãos, sobre Cristo, sobre a Palavra. E veja o que Tiago nos fala: “Com ela (com a língua) bendizemos o Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos as pessoas criadas à semelhança de Deus.” (Tiago 3:9) Entenda: todas as vezes que nós falamos mal de alguém, todas as vezes que mentimos, ou sequer falamos com alguém sobre algo que não concerne a ela (fofoca), estamos trazendo maldição pra pessoa que nos ouve! Uma fala mentirosa sobre o pastor coloca em xeque a Verdade que ele se esforça em pregar e ensinar; um ‘exagero’ sobre a roupa de algum(a) irmão/ã, estabelece uma identidade falsa sobre ele(a); uma atitude “comentada” no fim do culto, traz dúvidas sobre a confiabilidade de um irmão; uma compreensão errada sobre a Palavra conduz a heresia.
Diante disso, Tiago instrui: “não sejam, muitos de vocês mestres…” (Tiago 3:1) – parem de falar e aprendam a edificar antes de proferir mentiras, enganos, falsidades e bajulações! Não há hipocrisia maior do que tentar manter aparência de respeito, virtude, conhecimento se, no fundo, o que sai do seu coração é sarcasmo, palavras torpes, mentiras ou enganos.
É por isso que a sabedoria no falar é algo tão importante na vida da igreja, queridos! Uma palavra mal colocada pode incendiar uma floresta inteira (Tiago 3:5) – imagina o que pode fazer com relacionamentos difíceis como alguns dos que encontramos nas igrejas? Eu sei que parece inevitável as falas enganosas das nossas conversas do dia a dia, no entanto, Tiago nos dia: “isso não deveria ser assim!”
Que Deus te abençoe!
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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