Como podemos exercitar a misericórdia? | Rev. Thiago Mattos

09.02.2024

Como podemos exercitar a misericórdia? | Rev. Thiago Mattos

Sentimento de Misericórdia.

   O sentimento de misericórdia é bastante comum no povo brasileiro. Talvez, essa seja a razão pela qual nós temos a tendência de sempre torcermos pro time mais fraco, quando não é o caso do nosso time de coração estar jogando. Já reparou isso? Se você está assistindo um jogo da Copa do Mundo entre Alemanha e Gana, você torceria pra quem? Acho que se você não for um descendente de alemães, provavelmente, você torceria por Gana…


   Na verdade, isso se manifesta também quando nós vemos uma notícia ou recebemos uma mensagem sobre alguém desamparado ou que está passando por um grande sofrimento. Acabamos tendo um sentimento que nos faz querer fazer alguma coisa para cuidar daquela pessoa ou, quem sabe até, fazer alguma coisa para ajudá-la a não passar por aquilo. Muitas vezes, isso se manifesta em um desejo legítimo e piedoso de orar por aquela pessoa. E, enquanto oramos, muitas vezes, o Espírito irá nos conduzir a fazer algo a mais. E é nesse momento que percebemos que, muitas vezes, não sabemos exercitar a misericórdia corretamente.

A prática da misericordia custa.

   A primeira coisa que devemos nos lembrar é que a sociedade, muito influenciada pelas virtudes do cristianismo, tem uma misericórdia quase que intrínseca a ela, desde que essa misericórdia não nos prejudique muito… Veja: você já parou pra pensar sobre o motivo pelo qual nós acabamos nos interessando em fazer alguma coisa pelas “crianças da África” (ou por alguma causa que está distante de nós)? Isso acontece porque, na verdade, nós acabamos pagando para não nos envolvermos diretamente. Com isso, não estou desestimulando você de doar seus recursos para abençoar causas legítimas. No entanto, isto serve como um alerta a respeito da forma como nós nos entregamos para vivermos a misericórdia.

   Digo isso porque, em segundo lugar, a prática da misericórdia custa! E precisa custar! Às vezes, enviar dinheiro pode ser a melhor forma de não custar nada (ou quase nada) para nós. Veja: doar R$30,00 para uma instituição pode ser apenas uma forma de não se envolver verdadeiramente. Por isso, muitas vezes, é fácil doar dinheiro: difícil mesmo, é doar a vida! E nós sabemos disso porque esse foi o padrão de Jesus! “…sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (João 13:1) Exercitar a misericórdia custou muito pra Jesus: custou a Sua própria vida! Por isso, nós sempre devemos considerar que tão somente doar uma cesta básica é o mínimo que podemos fazer. Exercitar a verdadeira misericórdia precisa custar algo pra nós.

   Acontece que é justamente neste enorme custo de Jesus que, além de encontrarmos nosso modelo, também encontramos a forma mais completa de exercitarmos a misericórdia. Claro que “devemos dar nossa vida pelos irmãos” (I João 3:16), no entanto, a prática da misericórdia é completa quando, além de nos sensibilizarmos pelas mazelas temporais das pessoas a nossa volta, nos sensibilizamos pelo sofrimento eterno aos quais as pessoas estão sujeitas. É exatamente por isso que a mais completa prática da misericórdia precisa incluir a proclamação do Evangelho. Afinal, podemos combater a fome através das nossas ações. Mas livrar as pessoas da morte e do inferno só Jesus, o misericordioso, pode fazer!

Que Deus te abençoe!

Rev. Thiago Mattos

Igreja Presbiteriana do Tarumã

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