Em quem devemos colocar nossa esperança?
“Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu virá do modo como vocês o viram subir.” (Atos 1:11)
Quando nós passamos por um momento importante, seja em contexto mais pessoal ou comunitário, nós costumamos depositar nossa esperança naquilo que nos parece mais confiável. Pense, por exemplo, em época de Copa do Mundo. Não é verdade que nós sempre depositamos nossa confiança em algum jogador específico, achando que ele pode resolver a situação? E na política? Não é verdade que tratamos o nosso candidato como se fosse o ‘salvador da pátria’ (ou do estado, ou do município)? Mas isso não acontece apenas no âmbito comunitário. Em nosso dia a dia, nós também temos a tendência de depositarmos a nossa esperança em alguma coisa que parece confiável. É a esperança de cura em um médico, um medicamento, um tratamento específico; é a esperança da solução jurídica nas mãos de um bom advogado; é a esperança de um bom conserto para o carro por causa do mecânico de confiança.
Quando não depositamos nossa esperança em Deus.
É claro que um certo grau de confiabilidade deve ter em cada um desses casos, afinal, não deveríamos votar em um candidato que tenha qualquer coisa que o descredibilize; não vamos confiar em um médico que não demonstra um mínimo de profissionalismo; assim como não conseguiríamos deixar o nosso carro nas mãos de um picareta qualquer. Muitas e muitas vezes já alertei você, querido leitor, a respeito desse perigo: depositarmos a nossa esperança em quem não é digno da nossa esperança.
No entanto, o problema não é uma mera confiança. O problema é que, quando nós depositamos a esperança em algo menor que o próprio Deus estamos tendo uma perspectiva reducionista da vida. Ou seja, estamos limitando toda a existência àquela realidade. Explico: ao depositarmos a esperança de um título da Copa do Mundo a um jogador, estamos reduzindo a nossa existência ao futebol. Outro exemplo: quando desejamos um Brasil melhor e achamos que um governante capacitado resolveria o problema do Brasil, estamos proclamando que o problema do Brasil é um problema político. No entanto, nós sabemos bem que o problema do nosso país, ainda que passe pela política, é muito mais profundo: o problema do Brasil, assim como de todos os outros países, é espiritual.
Deus enviou o seu filho Unigênito como nosso Salvador.
O Natal é um momento do ano em que nós precisamos nos lembrar disso: Deus enviou Seu Filho Unigênito como Salvador. E, como Salvador, Jesus entregou Sua vida preciosa por nós, pagando o preço do nosso pecado. Morreu pra isso, mas ressuscitou. E, tendo ressuscitado, prometeu que voltaria para buscar a Sua Igreja. Essa esperança é o motor da vida cristã: sabermos que, um dia, Ele vai voltar para nos buscar; sabermos que estaremos com Jesus, desfrutando da glória eterna. Todas as coisas que nós esperamos para a vida, tudo aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, tudo o que nos motiva, toda piedade e espiritualidade está baseado no fato de que nós esperamos o Salvador voltar. Assim como, um dia, o Salvador veio a este mundo, evento que celebramos no Natal, assim também aguardamos o momento em que Ele vai voltar.