Lutar para abandonar pecado.
Nos últimos artigos, meditamos a respeito do verdadeiro arrependimento, sobre como devemos expressar o arrependimento e o que devemos fazer depois de nos arrependermos. E, diante de tudo isso, além de fazer a real restituição (pedir perdão a quem ofendemos, bem como, buscar restituir o dano causado), precisamos abandonar os nossos pecados. Abandonar os pecados faz parte do verdadeiro arrependimento. No entanto, assim como eu, você já deve ter reparado que alguns pecados “se recusam” a ir embora, não é verdade?
Existem alguns tipos de pecados que, cometemos algumas vezes, mas por não fazerem parte das idolatrias do nosso coração, nos arrependemos e abandonamos com maior facilidade. No entanto, existem alguns pecados que, por mais que batalhemos, eles continuam a nos perturbar. Vícios, pecados na área sexual, mentira, maledicência (‘fofoca’) , linguagem obscena (falar ‘palavrão’), impaciência, inveja e ganância, são apenas alguns exemplos de pecados que costumamos abrigar em nosso coração e, por causa das grandes derrotas, algumas pessoas resolvem simplesmente ceder e parar de lutar. Acontece que o poder do Espírito e do Evangelho continuam sendo eficazes para batalharmos até mesmo contra compulsões pecaminosas.
Sempre voltamos a pecar.
Um dos maiores equívocos na luta contra estes pecados é supor que “fazer alguma coisa” vai nos livrar – basta fazer uma oração, ler a Bíblia, confessar o pecado pra alguém e “pronto! Tô livre!”. Ou, então, como alguns sugerem, basta mudar uma ou outra prática e “pronto! Tá resolvido!”. O problema é que alguns dias depois (ou, talvez, algumas horas) nós mesmos – por causa da nossa pecaminosidade – já encontramos um jeito de ‘burlar o sistema’ e voltamos a praticar aquele pecado que ‘jurávamos’ que estávamos livres.
É exatamente por isso que o autor da Carta aos Hebreus nos diz da severidade dessa luta: “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o sangue.” (Hb 12:4) Veja que o chamado à luta contra o pecado é uma resistência até o sangue – ou seja, cheia de extremos – é preciso fazer guerra contra o pecado! Edward Welch, teólogo e conselheiro bíblico, diz em seu livro “Hábitos Escravizadores” que existe algo na guerra que aguça os nossos sentidos – se você ouve o estalo de um galho e você aciona o “modo de ataque”; se alguém tosse, você já fica pronto para puxar o gatilho – e, isso, mesmo se você estiver sem dormir por dias!
É tempo de luta.
Acredito que um dos motivos pelos quais nós somos tão negligentes contra essas compulsões é porque nós não aprendemos a fazer guerra contra nossos pecados – aprendemos a guerrear contra as dificuldades da vida, contra os dilemas de uma rotina cruel e, até mesmo contra o nosso cansaço, mas continuamos absolutamente tolerantes contra o nosso pecado; aprendemos a até mesmo sermos violentos contra a injustiça do mundo e contra a injustiça praticada contra nós, mas nos recusamos a sermos violentos contra a injustiça que nós mesmos praticamos.
É tempo de luta! Se você quer abandonar vícios e compulsões, então, precisa aprender a guerrear! No próximo artigo, iremos meditar um pouco mais sobre isso.
Que Deus nos ajude!
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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